Thor-Radium: ingenuidade científica
A pesquisadora Marie Curie junto com seu marido Pierre, foi merecidamente premiada com o Prêmio Nobel em 1903 pela descoberta da Radioatividade. O casal Curie trabalhou na investigação da radioatividade descobrindo em julho de 1898 um novo elemento químico chamado polônio. No mesmo ano eles descobriram o elemento Rádium. Marie Curie posteriormente assumiu o cargo de professora, se tornando a primeira mulher a ensinar na Sorbonne, Paris. Acabou falecendo em 1934 devido a uma leucemia, provavelmente uma consequência do contato direto e constante aos materiais radioativos. Os estudos de Marie proporcionaram o surgimento do Raio-X, entre outros avanços científicos.
No entanto, quando a radiação foi descoberta, as pessoas geralmente não faziam ideia de seus efeitos prejudiciais e a consideravam como uma substância altamente benéfica para a saúde. Na ocasião, médicos e empresas aplicavam material radioativo em tudo, desde a água até a pasta de dente, na intensão de criarem produtos mais saudáveis. Também foi atribuído ao evento da radioatividade maior libido para quem usasse produtos radioativos.
O primeiro alerta de que algo não estava bem ocorreu quando um homem que estava tomando o pó de Thor-Rádium, indicado para aumentar habilidades sexuais, simplesmente viu sua mandíbula inferior cair do rosto, falecendo dias depois. Foi nesse ponto que as pessoas começaram a perder a ingenuidade e perceber os efeitos da radioatividade. A ciência como um todo aprendeu bastante com esse evento, em especial, a importância de estudos rigorosos e prolongados testes antes de liberarem o consumo em massa de produtos novos.
Não existe um registro preciso de quantas pessoas morreram por conta do consumo de produtos radioativos, sabe-se que foram muitas. A ingenuidade da época foi percursora do amadurecimento científico, com sérios prejuízos para saúde das pessoas e sofrimento de algumas famílias.