Perdido na Terra: Dia 3

# Perdido na Terra: Dia 3

Querido Diário,

Meus piores pesadelos, aqueles que nem me atrevo a mencionar, se tornaram meu destino cruel. Onde eu estava? Onde estava papai? Quem são essas criaturas que se adaptaram para viver nesta dura, horrenda e sem mencionar expansão arrepiante?

Meu crânio machucado estava pulsando e uma dor se espalhou pelo meu corpo como veneno, minando as últimas reservas de força que eu tinha (o que era muito pouco). Pérolas de água escorriam pelo meu rosto, meu choro era tão fraco que nem mesmo as criaturas gigantescas; Os dois répteis carregando meu pequeno casulo escuro podiam me ouvir.

Como minha alegria infantil foi transformada em tristeza em um mero batimento cardíaco? Por que isso estava acontecendo comigo? Essas perguntas, incluindo muitas outras, passaram pela minha mente à velocidade da luz.

Curiosamente, enfiei meu focinho através da abertura estreita na parte mais baixa das tábuas da caixa, querendo pelo menos cheirar a que odor aquele ambiente exalava. O único aroma que minhas narinas sensíveis podiam separar do cheiro de peixe podre que irradiava dos répteis era o aroma de algo queimado.

Imagens do chão ressecado e queimado, as árvores retorcidas e murchas; vinham continuamente em minha mente como relâmpagos, já me levando a pensar o que poderia ter acontecido à matilha.

Apenas apelando para a minha audição; eu conseguia ouvir o som das caudas das criaturas nivelando a poeira no chão, mas o cheiro de peixe podre foi acrescentado a um cheiro de algo queimado, que quase me fez vomitar, comecei a pintar um quadro geral de minha circunstância.

Memórias da minha infância pareciam me assombrar, a imagem na minha cabeça ainda estava embaçada, mas começando a se fazer sentido. Lembrei-me de um livro de história que papai havia roubado de uma aldeia humana por perto, mas o que isso tem a ver com a minha situação?

Lembrei-me de que o título do livro costumava destacar-se em negrito: Perdido na Terra, estava estampado na frente. Eu nunca tive tempo para ler a coisa toda, mas ela falava sobre uma guerra devastadora entre humanos e dragões, junto com toda uma nova pletora de animais míticos.

Uma parte do livro ecoou em minha mente: “Os penhascos, o local da guerra, foram devastados. A terra arrasada e o ar imensamente irrespirável; a terra chamuscada e infectada por répteis parasitas: o Misk'salnga. Suas caudas poderiam nivelar o chão, simplesmente ver os seus olhos poderiam petrificar você ”.

De repente, tudo fez sentido, e isso me atingiu como um raio: essas criaturas, esses répteis, eram os temidos e parasitas Misk'slanga. De repente, meu coração começou a entrar em pânico, novos pensamentos me atingindo a cada nanossegundo; o que eles iam fazer comigo? Onde eles estavam me levando?

Meu pânico foi substituído pelo medo e eu me via como tudo, menos como um intrépido explorador. Eu fui raptado do meu refúgio! local o qual eu costumava visitar com frequência para me afastar dos meus problemas, como uma mão gelada descendo pela minha espinha que me avisava de uma presença além dos meus algozes, ouvi uma voz suave e reconfortante. Todavia, logo depois, uma voz feminina gritou: “Ajude-me! Socorro!"

continua...

#perdidonaterra

Leia o resto das minhas entradas no diário abaixo:

#1 Perdido na Terra: Dia 1
#2 Perdido na Terra: Dia 2