A música do diabo
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Quero deixar claro desde já que não quero ofender as crenças de ninguém.
É apenas uma opinião.
Você já notou a extrema dificuldade que temos em aceitar as realizações alheias e até os nossas próprias realizações?
Quero dizer, o sujeito passa dias, meses, anos a fio praticando, errando, tentando de novo, e quando finalmente consegue, precisa ouvir coisas como: "Você tem o dom!", "Você deu sorte!", "É Deus!", "É o diabo!".
Deve ser por conta de nossa mediocridade. Sejamos francos, a mediocridade impera, domina, não todos, mas a maioria (...e aqui eu me incluo).
Nós estamos tão acostumados a viver na média, tão acostumados a abandonar projetos, que quando constatamos alguma realização procuramos desesperadamente uma explicação para o feito. Foi qualquer coisa, menos o esforço do sujeito!
Isso nos conforta, tira um peso das nossas costas, afinal que direito ele tem de me lembrar que basta trabalho duro!?
Imagino o quão deve ser frustrante para um músico habilidoso escutar que ele só chegou ao sucesso porque vendeu sua alma ao diabo.
Para quem não sabe, o cara acima chama-se Robert Johnson. Provavelmente o primeiro a ser taxado de músico do capiroto.
Ganhou esse rótulo após supostamente ter se tornado um excelente instrumentista da noite para o dia.
Muito esperto, transformou o rótulo em marketing. Funcionou.
Com seu jeito inédito de tocar, deixou sua marca no mundo do blues e alcançou certo reconhecimento enquanto em vida.
Seu pioneirismo influenciou gerações de grandes músicos.
Infelizmente seu ego fragilizou seu senso de alerta e ele acabou morrendo envenenado ainda muito jovem, aos 27 anos.
O rótulo de música do diabo se estendeu a milhares de músicos pós Robert Johnson, qualquer um que tocasse um instrumento de modo mais agitado ou agressivo era rotulado de adorador do capiroto.
Muitos músicos perceberam que poderiam usar isso como marketing, o que acabou por caracterizar todo um estilo.
Até hoje muita gente acredita que rock é do diabo.
Mas a verdade é que o rock não se espalhou pelo mundo com o dedinho do tinhoso, mas sim com a criatividade de milhares de músicos HUMANOS que viram no estilo uma forma de expressar sua insatisfação com o establishment.
Fomos nós que fizemos isso.
Não precisamos de nenhuma intervenção externa ou gene especial para compor uma música agradável aos ouvidos de muitas pessoas, mas sim estudar e praticar muito.
É claro que condições adversas podem sim influenciar no resultado de cada um, mas quem deixa o sucesso ou o fracasso próprio a cargo de fatores externos, nunca sairá da mediocridade.
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Robert L
Bem vindo ao blockchain do Steem! Mando um salve aqui de São Paulo/SP tb. Se precisar, existe o wiki Steem.center com a tradução do FAQ e guias para iniciantes. Sucesso e boa sorte mais uma vez!!
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