Aferir Pressão Arterial e Hipertensão Arterial Sistêmica

Começamos a resenha sobre a pressão e fluxo arterial e venoso, primeiro no post Uma resenha sobre a Pressão Sanguínea! e depois no Continuando a resenha sobre fluxo sanguíneo e pressão.

Imagem Ilustrativa - Pixabay

Seguindo a discussão sobre a pressão arterial, hoje entraremos na discussão de uma doença crônica muito comum no nosso meio, chamada Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS), indo direto ao diagnóstico, e em posts prospectivos destrinchando melhor a clínica.

A HAS é como trouxe no último post, a causa mais comum de hipertensão arterial, sendo uma causa primária, isso quer dizer, um acometimento que ocorre devido ao funcionamento vascular.

Diferente de quando tem-se uma patologia que traz como consequência a hipertensão arterial, ai seria uma hipertensão arterial secundária, onde a insuficiência renal crónica é a causa mais comum.

Recomenda-se a aferição da Pressão Arterial(PA) no adulto, por profissional capacitado, a cada 2 anos, quanto a pressão se encontra menor ou igual 120x80mmHg e pelo menos uma vez por ano quando a pressão estiver de 120x80mmHg até 140x80mmHG.

O esfigmomanômetro, o aparelho que afere a pressão, deve estar devidamente calibrado, ter o selo de qualidade do INMETRO, e o manguito deve estar de acordo com a circunferência do braço, há diversos tipos de manguito, de tamanhos diferentes, e isso é importante para a pressão ser mais fidedigna possível, já que é um método indireto.

O posicionamento deve ser sentado, com o braço para frente, na altura do coração, e o paciente não pode estar com a bexiga cheia, ter fumado nos últimos 30 minutos, praticado exercício físico nos últimos 60 minutos, ou ter utilizado café, estimulantes, ou alimentos recentes.

Em alguns casos, pode aferir a pressão em pé, ou deitado, para complementar a aferição sentado.

Algumas pessoas ficam nervosas com a aferição, o que pode elevar a PA, sem ser uma caso de HAS, conhecido como Hipertensão do jaleco branco.

Quando tiver essa dúvida, pode solicitar o MAPA, que é um esfigmomanômetro, acoplado a um minigerador e hardware que grava a pressão ao longo do dia, geralmente 24 horas, e avalia junto a descrição do paciente de suas atividades, como a pressão arterial oscilou durante o dia, e se caiu durante o sono, é importante a pressão arterial baixa durante o sono, chamado descenso noturno.

E também tem o MRPA, que é um método, onde o paciente tem alguém em casa, ou algum acesso próximo, que afere a PA, e anota o horário e a atividade que estava fazendo, sendo om pelo menos 3 horários durante o dia, por 5 dias em média, e leva ao médico as anotações.

Quando a PA em duas consultas diferentes, se encontra maior que 120x80mmHg, deve-se suspeitar de HAS.

É preciso no entanto, uma anamnese ( história clínica pregressa e atual) bem realizada, exame físico, e exames laboratoriais complementares, além dos exames de MRPA ou MAPA, em caso de suspeita de hipertensão mascarada, hipertensão do avental branco ou como exame complementar a clínica duvidosa de modo geral.

Em caso de uma aferição mesmo que a primeira vez, se a PA estiver acima ou igual de 180x110mmHg, é um caso de hipertensão arterial, devendo tratada, e excluído causas secundárias.

Então em duas medidas adequadas em momentos diferentes, ou no MAPA/MRPA, lembrando do contexto que a pressão esta sendo avaliada, e fatores que podem interferir no resultado, pressão normal é PA menor ou igual 120x80mmHg, de 121x81 até 139x89, podemos falar que é um quadro de pré hipertensão. A partir de 140x90mmHg, já é caracterizado um quadro de Hipertensão Arterial.

E continuaremos com mais esclarecimentos no próximo post desse tema. Obrigado pela leitura!

Bibliografia:

7 Diretriz Brasileira de Hipertensao Arterial