O problema intelectual brasileiro
Há uma coisa que me preocupa, desde muito tempo: a mania de dar palpites, principalmente em relação às coisas mais difíceis.
A qualquer um que faça uma análise crítica quanto à nossa realidade, verá que, infelizmente, herdamos esta terrível cultura de nosso país. Qualquer pessoa fala de Política, Economia, Filosofia etc... mas, quem, realmente, busca ter um mínimo de aprofundamento em relação ao assunto antes de falar?
Aqueles que deveriam falar, pouco falam, pois reconhecem a sua pequenez, entretanto, aqueles que deveriam se calar, falam sobre tudo, absolutamente tudo! E, pior, se acham os grandes mestres do conhecimento!
Ademais, também temos um outro problema bastante interessante, e que demonstra uma verdadeira inversão de valores: a tirania dos acadêmicos.
Explico-vos. O título universitário é uma coisa que, por si só, não vale nada; o título só serve como "ferramenta" para mostrar que o indivíduo tem um conjunto de conhecimentos. Assim sendo, um bacharel em Contabilidade deve ter os conhecimentos relacionados ao título, mas não quer dizer que pelo mero fato de ter o título os conhecimentos brotarão como que por geração espontânea. Não!
Também não é estritamente necessário que, para uma pessoa ter conhecimentos de determinada ciência, ela tenha de ter um título universitário qualquer. Até porque, se fôssemos apelar para tal tirania universitária, em que somente os acadêmicos possuem conhecimento, como, então, teria surgido o primeiro bacharel? Ora, ele não poderia ter surgido do nada: ou ele foi autodidata e formou o próprio título, ou, então, alguém deu a ele o título, mesmo sem ter qualquer título.
Não retiro o valor dos títulos universitários, até porque almejo ter um, mas reconheço que, sem os conhecimentos que devem vir juntos com o título, o mesmo seria apenas vaidade.
Não transformemos nossos título universitários em meros títulos de nobreza... façamos valer o nosso título, não só com nosso conhecimento, mas também reconhecendo a nossa falta de conhecimento.
A verdade é que o Brasil é um país carente de emprego para todos. Isso faz com que tenha que existir um funil muito grande na hora de dar um emprego para alguém. E uma dessas desculpas é justamente os cursos superiores, que como você bem falou, não passam de títulos de nobreza.
O problema, em si, é quando o título não serve para mostrar o conhecimento do indivíduo, pois o mesmo deixou de aprender, só decorou... conheço alguns casos bastante sérios do tipo.
Abraços.
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Ao longo de minha carreira profissional eu já vi muito "doutor" que não sabe nada e muito "não doutor" que sabe muito mais que os anteriores.
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Exatamente... infelizmente, o Brasil está muito menos rigoroso em relação ao doutorado do que antigamente.
Basta ver a decadência da qualidade dos livros brasileiros desta época em relação às outras décadas, nas áreas de administração e filosofia.
Abraços!
Interessante como no inicio do seu texto você começou exatamente como o começo do livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota do Olavo de Carvalho, eu achei até que você iria citar ele.
Além disso concordo com seu ponto de vista acerca dos acadêmicos e acrescento ainda que após experiência recente no ambiente de nível superior afirmo que no Brasil a titularidade é nada mais do que uma desculpa para justificar posturas de arrogância e ignorância.
Abraço.
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Interessante, mas nunca li o livro, embora já tenha ouvido falar do mesmo.
Entretanto, admito, é possível que o Olavo tenha me recordado dos "palpiteiros", de modo inconsciente, embora isto seja uma coisa que já me causava repugnação antes de conhecer o Olavão.
Abraços!
Uma outra curiosidade:
Este texto, no início, foi feito com apenas uma parte do atual. Veio-me a segunda parte ao lembrar do "extremismo" brasileiro, conhecido como "8 ou 80", de pensar que seja necessário um título para falar sobre qualquer assunto, o que também é falacioso.
Se por um lado temos aqueles que pensam que podem falar sobre tudo, sem conhecer nada, temos também aqueles que pensam que tão somente os "especialistas" podem falar sobre um assunto qualquer (isto inclusive me lembra o autor Chesterton, que falava algo a respeito).
Eu por exemplo, sou formado no ensino superior e tenho total ciência de que a faculdade me serviu apenas como um título. O pouco que aprendi já saí com conteúdo datado. Realmente, o ensino hoje em dia, pelo menos no Brasil, não é muito voltado em evoluir algo e sim passar em uma série de testes para ter um título que te coloca na frente dos outros em uma seleção. É o que parece...
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Vejo muito essa tirania por aí, pricinpalmente vindo de pessoas que fazem Doutorado.
Acredito que todo mundo sabe algo sobre algo ou tem experiência sobre algo, por isso todo e qualquer tipo de conhcimento deve ser valorizado.
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Isso é muito comum na Filosofia, pois muitos autodidatas (um exemplo clássico é o Mário Ferreira) estão muito a frente do nível acadêmico. Também, na minha área, conheço um bacharel que possui envergadura teórica maior do que muitos destes doutores tupiniquins.
Abraços!
Não vejo como uma tirania, é uma questão de competência, quem tem uma graduação está mais apto a falar sobre um tema de sua respectiva área, porque adquiriu os conhecimentos necessários.
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Distingo:
Títulos universitários servem para demonstrar o conhecimento de um indivíduo (como mostrado no texto), entretanto não indicam, necessariamente, que um indivíduo possui os conhecimentos (conforme o texto).
Inclusive, tal exemplo já encontrei em livros e até em artigos científicos... há muitos doutores que não fazem a menor noção daquilo que estão escrevendo; há médicos que se formam na pura decoreba (e isto é evidenciado num livro de medicina relativo a diagnósticos). Isto se dá porque é muito diferente decorar de aprender, tanto que existe aquele terrível "estudar para a prova".
Enfim, a tirania está no fato de, muitos, dizerem que só aquele que é especialista numa determinada área (graduado, evidentemente), é capaz de falar sobre determinado assunto, o que é falso, visto que não se aprende apenas por meio da universidade, existe autodidatismo, um aspecto bastante incentivado pelo filósofo Jacques Maritain.
Abraços.
toda regra possui uma exceção, mas da mesma forma que quando vou no mecânico não dou pitaco, também acho certo fazer com outras profissões como médico e advogado.
Concordo com isto, e é exatamente esta a minha posição, desde que o mecânico não erre hehehe.
Abraços.
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Enquanto existir o futebol, funk, carnaval, copa do mundo e afins... e enquanto houver o 'jeitinho brasileiro' (inclusive com a compra de diplomas), além do egoísmo extremo da populacao, nosso país está fadado a ser uma republiqueta de bananas!
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