#FILMOTECA# - "Parque do Inferno" (2018)
Sinopse: Durante a noite de Halloween, um grupo de amigos decide se reunir e comemorar a data visitando um badalado parque temático que promete uma verdadeira noite de sustos e terror. O medo torna-se real quando eles começam a ser perseguidos por um assassino mascarado.
Esse aquele tipo de filme que tenta inovar baseando-se em uma verdadeira chuva de clichês que bebe direto da fonte clássicas das décadas de 80 e 90, mas que no entanto, não consegue se desvencilhar (por mais que tente se esforçar) das excessivas inspirações e acaba se auto sabotando até em seus momentos mais felizes, onde tudo deveria realmente surtir efeito.
Não há dúvidas de que o maior "trunfo" do roteiro é jogar o foco de todas as atrocidades onde elas são praticadas: no próprio parque de diversões. Esse artifício torna a trama interessante poque o fato dos assassinatos acontecerem na frente do público que visita o local cria um clima natural de tensão.
Acreditando que tudo é realmente parte de um show grotesco, todos ignoram qualquer pedido de socorro e compram a ideia do parque, que é genuinamente assustá-los. É uma atmosfera que cresce de maneira consistente e que até um certo nível consegue funcionar. De certa forma, prende a atenção do telespectador... Porém, o filme não se sustenta por seus incontáveis erros e principalmente, porque praticamente todos os argumentos do roteiro falham e tornam tudo em uma experiência vazia e carente de elementos realmente assustadores.
Erros consistentes cercam esse pseudo slaher dos anos 2000 por todos os lados e em especial é preciso mencionar mais dois itens (além do roteiro em si): um elenco razoável e que apesar de apresentar um resquício de química na tela personificam personagens muito mal construídos e igualmente mal desenvolvidos e uma direção que apesar da boa intenção ao longo do projeto não consegue se impor e guiar o filme para o caminho que ele merecia (Gregory Plotkin facilmente se perde em meio ao seu próprio trabalho e não estabelece o que quer fazer).
Os realizadores desse filme tinham um acervo incrível para se inspirarem (em diversos momentos desse filme é possível enxergar outras obras de décadas passadas), mas a vontade de recriar diversos elementos incluindo aspectos modernos foi tanta, que tudo parece ter sido jogado na tela sem ao menos ter sido revisado para que ao menos tudo - ainda que fosse ruim - viesse a fazer sentido no resultado final.
Investindo em algumas poucas mortes com uma carga de sangue e violência mais pesadas (lembrando, em alguns momentos, o estilo gore), o filme perde ótimas chances de criar eventos ainda mais envolventes para elevar o baixo nível da trama... Que por sinal, tenta a todo custo ficar de pé mas não tem força o suficiente para fazer isso. É realmente decepcionante constatar todo o potencial perdido.
Apesar de um trabalho de fotografia e direção de arte que explora bem os cenários do parque (é possível "viajar" em muitas das atrações do lugar como se realmente estivesse lá) e uma produção interessante para um filme desse subgênero, o resultado final é sonolento e se torna ainda pior porque apresenta um clímax preguiçoso e que ainda tem a audácia de tentar instalar um clima cult (pela maneira como se finaliza) com uma resolução no mínimo questionável (eu particularmente achei uma conclusão terrivelmente ruim)!
No final das contas, Parque do Inferno é um filme assistível (por incrível que pareça, acima da média dos padrões atuais) que vai agradar a uma geração de cinéfilos mais recente (aqueles que não conhece os exemplares realmente ótimos das décadas de 80 e 90)... Mas que, sem dúvidas, desagradará aos cinéfilos que certamente já devem ter assistido a inúmeros filmes parecidos com este aqui (que por não conseguir inovar, torna-se automaticamente esquecível ao subir dos créditos... ou até mesmo antes disso).
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