Conexão Brasil - Argentina - Paraguai | Missões jesuíticas guaranis

A origem do Rio Grande do Sul, estado mais ao sul do Brasil, tem muito em comum com a região das missões na fronteira com a Argentina e o Paraguai. Historicamente, as missões jesuíticas guaranis foram povoados fundados pelos padres jesuítas entre 1609 e 1768.

Naquela época, o território do Rio Grande do Sul ainda pertencia à Espanha e as cidades foram fundadas com os moradores locais, índios guaranis que habitavam a região de forma nômade e passaram a viver nos povoados das missões aprendendo agricultura e artesanato.

Enquanto em boa parte dos demais territórios havia disputa, nas missões jesuíticas se buscava a coexistência e desenvolvimento conjunto, que durou até o Tratado de Madri quando a Espanha negociou a Colônia de Sacramento, que viria a se tornar o Uruguai, pelo território que incluiria o Rio Grande do Sul, que passou para Portugal e acabou integrado ao Brasil.

De acordo com o tratado, os povos das missões deveriam deixar o lado brasileiro e passar para o outro lado do rio Uruguai, que seguiria pertencendo à Espanha. No entanto, os guaranis não estavam dispostos a abandonar suas terras, o que acabou causando a guerra guaranítica, episódio que resultou na derrota das missões e ficou marcado pela morte do índio Sepé Tiaraju, que mais tarde se tornou santo popular local.

Dos povoados das missões restaram apenas ruínas, mas a cultura que surgiu da coexistência entre guaranis e europeus permanece até hoje no sul do Brasil, norte da Argentina e no Paraguai, país que mantém a língua indígena como idioma oficial. Um dos costumes mais conhecidos desta herança é o consumo da erva mate, tradição que também se mantém na região.