#FILMOTECA# - "Hannah" (2017)
Sinopse: Hannah é uma mulher de terceira idade que se divide entre as aulas de teatro, a natação e o trabalho como empregada doméstica. Quando o marido vai preso, ela não tem alternativa a não ser a solidão, por isso tenta refazer laços perdidos com descendentes, mas há um segredo na família que dificulta seu relacionamento com terceiros.
Envelhecer é uma dádiva que todos nós deveríamos aprender a cultivar e aceitar... Afinal, nem todos são sortudos o suficiente para chegar até lá, não é? Mas, uma vez que se chega nesse estágio da vida, até onde vale à pena continuar quando à vida te pega de jeito e te faz ficar sozinho e sem rumo para dar os próximos passos? Em Hannah, o foco é exatamente esse o futuro, os desdobramentos e os impactos que a terceira idade pode trazer.
Charlottle Rampling estrela (de maneira surpreendente e com uma qualidade incontestável) este drama com um poder de expressão fácil absurdo. O filme é praticamente não verbalizado e muito mais focado em olhares ou semblantes, mas o roteiro é cheio de simbolismo, forte e consistente o suficiente para passar a sua mensagem onde a solidão é a simples e mais verdadeira (e até cruel, em diversos momentos) das protagonistas.
Ao longo da história, nos deparamos com a rotina de uma mulher que ao se ver obrigada a viver uma nova vida, tem que se readaptar em uma fase onde ela não mais se sente motivada para tal. Apesar de suas atividades diárias (algo que deveria animá-la), ela vive um clima de monotonia absurdo e ao tentar se reconectar com seu passado (numa busca por superação e aceitação), ela mergulha ainda fundo em águas misteriosas.
Lento em seu desenvolvimento (porém sempre assertivo em seus caminhos), o filme pode afugentar aquele público mais "impaciente". No entanto, quem se deixar levar pela narrativa e olhar nas entrelinhas da história (ainda que isso demore a acontecer... porque eu mesmo me senti assim antes de mudar de opinião), irá presenciar uma rica perspectiva relacionada ao poder que a velhice trás e principalmente, o quanto ela é importante para todos que não a temem (e simplesmente a aceitam... como deveria ser).
Reflexivo desde as suas primeiras cenas, o filme impressiona pela tempestiva calmaria que desperta com o passar de sua projeção. Ao passo que a narrativa se ramifica, vários pontos de reflexão são automaticamente oferecidos ao público, que por sua vez, ao optar por destrinchá-los irá ter material o suficiente para um ótimo debate... Não apenas pela questão da velhice em si - algo que naturalmente já é muito desafiador -, mas em como essa fase da vida também é responsável por provocar mudanças em muitas outras pessoas.
Dirigido por Andrea Pallaoro de uma forma bem intimista (fazendo com que o público sinta-se parte da construção narrativa), a arma mais poderosa utilizada por ela é o silêncio que se faz presente em grande parte do filme. Porém, há um grau ensurdecedor relacionado a esse aspecto, porque poucos filmes utilizaram-se de um silêncio que gritasse tão alto na tela e ainda sim, deixasse no ar tantas dúvidas... Coisas da vida que nem sempre podem ser explicada da maneira que nós queremos ou precisamos.
Contando com uma fotografia bem posta e uma trilha sonora que ataca nos momentos certos, a qualidade do filme fica ainda mais redonda e torna a experiência de assisti-lo em algo ainda mais importante e prazeroso.
O ritmo meio que sufoca (no sentido de realmente incomodar o público) é aliado a uma tônica pungente (aqui vale destacar uma reconciliação de laços afetivos e também, uma reinserção social) que centra a trama de uma maneira singela, mas que esconde muita brutalidade em sua realidade, mostrando - dentre outros prismas - o quão desumano uma ser humano pode ser.
Hannah é aquele tipo de filme que não pode ser apenas assistido (principalmente se a sua intenção for apenas matar o tempo), mas sim, apreciado e também sentido em seus mais mínimos e grandiosos detalhes porque há muita beleza na velhice... Muitas pessoas apenas precisam mudar a sua maneira de vê-la e apreciá-la da melhor maneira possível.
Obrigada por partilhar, fiquei com muita vontade de ver...
ptgram
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Não fique só na vontade, @isabelpereira... Assista-o! :D
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Se o filme for tão bom quanto essa resenha vai ser extraordinário! Fiquei com muita vontade de assistir.
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Opa, obrigado pelo elogio! :D
Então, como eu mencionei no post... O filme tem um ritmo que às vezes é bem lento, mas isso não me incomoda (não a ponto de me fazer desistir de assistir a algum filme) quando a história é realmente boa (e nisso, o filme tem qualidade de sobra).
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Sim, estamos acostumados com um ritmo mais acelerado e quando nos deparamos com algo diferente costuma ser um choque. Quando isso acontece eu fico particularmente espantada e encantada ao mesmo tempo. Me faz parar para pensar que nem toda fórmula de sucesso precisa ser repetida para se obter um resultado de qualidade. E exatamente por ser diferente é que acaba se tornando ainda mais especial.
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"E exatamente por ser diferente é que acaba se tornando ainda mais especial."
Depois de ler isso, posso te dizer sem pensar duas vezes: Assista esse filme sem medo, porque você vai curtir MUITO! :D
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Valeu! \o/
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Depois deste post fica fácil decidir assistir o filme. Que boa ideia fazer uma descrição e resumo. Obrigado.
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Opa! Obrigado, @pataty69!
Se decidir assisti-lo, com certeza irá gostar.
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Pela resenha, fiquei com muita vontade de ver esse filme, obrigado pela recomendação, ta na lista pro fim de semana! :D
Ptgram
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Com certeza, é um filme que merece ser visto! Espero que goste. :)
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Já coloquei na lista aqui amigo, não tinha visto esse filme. Valeu por compartilhar.
ptgram
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De nada, brother! Quando puder, assista mesmo! :D
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Olha ai, mais uma dica de coisa muito boa!
Vlw!
ptgram
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Pode ter certeza de que esse filme é de qualidade, @alexandrecseco! Cinema de primeira categoria! ;)
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