Independência nas relações
Nas relações podemos ter a tendência de projetarmos aquilo que queremos ser para a outra pessoa. Isso é particularmente frequente quando um casal apaixonado está ainda se conhecendo. Percebi eu mesma fazendo o seguinte: formando a imagem de alguém perfeito e tentando encaixar a pessoa nesta imagem. Mas na medida em que passava a conhecer mais e mais esta pessoa, ia substituindo esta imagem pelo que ela realmente era. E as paixões iam mantendo uma mesma dinâmica: deslumbramento seguido de uma queda na euforia, quase uma frustração. E, de repente, na paixão seguinte, ao me pegar pensando como aquela pessoa seria boa se fosse assim e assado, eu paro e penso porquê eu mesma não me tornava aquilo que eu espera encontrar em alguém.
É normal que queiramos por perto, ainda mais em nossas relações amorosas, pessoas pelas quais sentimos admiração e que possuam características que queiramos em um companheiro(a). E quando eu quero desenvolver certas áreas da minha personalidade, posso buscar a companhia de pessoas com as quais eu possa aprender isso, inclusive relações amorosas. O meio do céu, uma posição do nosso mapa natal astrológico, é um exemplo de energia que possuímos pouco e que, para podermos adquirir, um caminho possível é seguir o exemplo do outro.
Mas isso é bem diferente de uma situação em que não estamos empoderados da visão que podemos aprender esta coisa que admiramos no outro, atribuindo somente à presença deste outro a oportunidade para ter essa energia presente na vida. A primeira situação é de cooperação, aprender juntos, somar... A segunda caracteriza a dependência. Na primeira situação, o caminho está em nossas mãos e na outra não. Quando entregamos uma tarefa destas para outra pessoa, e não nos apropriamos da nossa capacidade e responsabilidade de obter em nosso interior, estamos terceirizando algo importante demais para deixar por conta de outra pessoa. As relações podem fazer um bem danado, mas penso que é saudável buscar se tornar aquilo que é, particularmente, fonte de felicidade para nós mesmos.
Fonte da imagem: Pixabay
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@barbaralisarti, concordo que as relações nos fazem bem, principalmente quando existe esta mútua cooperação. A independência tronam-nos até mais fortes, porque um buscará outro, como parceria, amizade e amor, não criará dependência, apenas sinergia e colaboração, que ajudará ao casal a crescer a cada dia mais.
O segredo é tentar sempre policiar-se, entender o amor de verdade, com o tempo, a experiência nos tornará mais aptas a "investigações" da pessoa que poderemos ter ao nosso lado. Tentar não iludir-se, mesmo que seja difícil, vamos tentando...rsrs
Parabéns pelo post!
Sim @tabataoliveira, o tempo é magnífico e o processo de descoberta do outro também.
Você já parou para pensar no que é uma ilusão de Óptica? Os olhos vêem. Captam uma informação objetiva. É uma medida da realidade. Mas aí entra o cérebro, essa máquina incrível mas que é muito competente em nos pregar peças porque, "sabidona" que só ela, quer sempre entender tudo rápido e até antecipar conclusões. Logo, cria sempre uma realidade muito própria, individual, muitas vezes simplista, que não condiz necessariamente com a realidade externa que tende a ser muito mais complexa e repleta de variáveis.
Nos relacionamentos é exatamente a mesma coisa. Padecemos de uma espécie de ilusão de Óptica do outro. Vemos o que o nosso cérebro acha que é pra ver e até o que gostaríamos que estivesse lá para vermos. Mas nem sempre vemos o que simplesmente é.
Com tempo, vivência, estreitamento da relação, vamos percebendo a realidade como ela é. Desmascarar a ilusão de Óptica pode ser frustrante! Em geral, é muito frustrante e arrefece com bastante eficiência aquele "calor" inicial.
Muita gente viaja na maionese e acredita que o outro vá mudar para se adequar a ela. Pode até ser. Mas em geral, não vai. Daí muitos relacionamentos doentios e que se arrastam por muito tempo à espera de um milagre.
Mas, sejamos racionais: de quem é a "culpa" pela frustração da ilusão sobre o outro? Exceto quando o outro finge, forja uma situação só pela conquista, a "culpa" é do próprio iludido.
Com tempo de vida percebi que o tempo é um ingrediente precioso em qualquer relação amorosa ou fraterna. Precisei de tempo para entender a importância do tempo para deixar baixar a poeira que colabora para com a confusa ilusão inicial. E o tempo me fez abrandar o ímpeto natural diante do alumbramento em relação ao outro.
Total @fisicanaveia. Fora a situação de quando o outro age para enganar, somos nós e que "inventamos" a outra pessoa e, certamente, essa imagem não vai se sustentar por muito tempo. Tenho uma paixão pelo tempo e procuro sempre lembrar que ele é o mais sabido, que ele é quem vai trazer as respostas que precisamos nas relações. Obrigada pelo comentário <3
Exatamente isso, quando conhecemos alguem especial acabamos projetando a imagem de pessoa perfeita, que nada que aquela pessoa faz é errado, geralmente essa é realmente a imagem que aquela pessoa passa pra outra, mas com o tempo as mascaras das pessoas falsas vão caindo e acabamos frustrados por acreditar nas pessoas.
Eu pessoalmente já fui bastante iludido na vida, até que encontrei uma pessoa que me entende e que entendo ela, soubemos amar os defeitos um do outro e tentamos ser o melhor que podemos um para o outro, achei muito interessante seu post e o tema que foi abordado.
Que belo encontro o seu com essa pessoa @p1nguin!
Outras pessoas podem tentar nos iludir, mas vejo também nós mesmo nos iludindo sobre o outro.
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
Excelente. Gran trabajo.