Golfinhos do Amazonas: ainda podemos evitar um trágico fim para eles?
Mais uma crônica de mortes anunciadas no Brasil, meu Brasil brasileiro: os golfos de água doce da região amazônica estão correndo sério perigo de extinção. Esse é o resumo de um estudo realizado pelos pesquisadores Vera M. F. da Silva, Carlos E. C. Freitas, Rodrigo L. Dias e Anthony R. Martin e publicado na revista científica PLOS ONE.
Segundo o estudo, a população de dois desses maravilhosos animais, o boto (Inia geoffrensis) e o tucuxi (Sotalia fluviatilis), vêm diminuindo pela metade na população a cada 10 anos, diz um relatório publicado na revista PLOS ONE. Antes abundantes na bacia amazônica, esses golfinhos estão sendo cada vez mais mortos para serem usados como isca, uma prática que põe em risco sua sobrevivência, particularmente porque as fêmeas têm um único filhote em média a cada quatro a cinco anos.
"Até as últimas décadas, o boto era protegido, em certa medida, por lendas e superstições", mas a caça relativamente nova para eles cresceu com o uso de carne e gordura como isca para bagres que se tornaram amplamente disponíveis comercialmente, segundo o estudo.
Os pesquisadores basearam suas descobertas em 22 anos de pesquisas na Reserva Mamirauá no Brasil - uma área descrita como parte essencial de sua variedade - onde os golfinhos têm sido acompanhados mensalmente de 1994 a 2017.
"A taxas atuais, as populações de botos estão diminuindo pela metade a cada 10 anos, e as populações de tucuxi estão diminuindo pela metade a cada nove anos", disse o relatório, que é o primeiro a quantificar as tendências populacionais atuais em golfinhos de água doce da Amazônia. "Os resultados são profundamente preocupantes e mostram taxas de declínio entre as mais severas de todas as medidas em uma população de cetáceos desde os primeiros anos da caça às baleias modernas."
A União Internacional para a Conservação da Natureza atualmente lista esses golfinhos de água doce como "dados deficientes", o que significa que não se sabe o suficiente sobre seus números na natureza para avaliar o grau de ameaça à população. Mas o estudo publicado na PLOS ONE argumenta que se a Lista Vermelha da IUCN considerasse as descobertas mais recentes, ambas as espécies seriam classificadas como criticamente ameaçadas.
Os golfinhos fluviais já são legalmente protegidos na bacia amazônica, mas é necessário mais fiscalização, disseram os pesquisadores.
Infelizmente, não são apenas os golfinhos da Amazônia que estão em pegito. Outro tipo de golfinho-do-rio encontrado no sul da Ásia (Platanista gangetica) é considerado ameaçado pela IUCN. E, na China, o golfinho do rio Yangtze, ou baiji (Lipotes vexillifer), foi declarado funcionalmente extinto em 2006 devido a atividades humanas como pesca predatória, construção de barragens, poluição e tráfego de barcos.
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