Será que o mercado de criptomoedas realmente estagnou?
Em 14/05, a Folha de São Paulo lançou um artigo sobre o comportamento do mercado de criptomoedas e seu suposto esfriamento (leia aqui na íntegra). Danielle Brant e Natália Portinari, ambas autoras do texto, apontam que o frenesi sobre o Bitcoin parece ter se dissipado, abrindo espaço para um mercado com menos amadorismo. Muitas pessoas liquidaram seus ativos digitais devido à fortíssima volatilidade e falta de preparo para saber lidar com o mercado.
É bem verdade que, próximo ao final do ano passado, sob a falsa mentalidade de retornos garantidos, muitas pessoas mal informadas entraram em um momento extremamente delicado do Bitcoin. Muitos tiveram prejuízos bastante amargos devido à forte queda e, consequentemente, abandonaram o investimento. A perda foi de mais de 60% de seu valor unitário com base em seu preço histórico no final de dezembro do passado.
No entanto, muitos pontos cruciais para o entendimento deste mercado foram ignorados, deliberadamente ou não, pelas duas autoras do texto da Folha. Tais pontos devem ser entendidos profundamente para que a verdade não seja falseada de forma irresponsável.
O Bitcoin, assim como qualquer criptomoeda baseada em projetos sérios e ambiciosos, é um ativo financeiro para aquisição de bens e serviços diversos. Ele não deve ser utilizado tão somente como meio de especulação ou reserva de valor, objetivo muitas vezes único dos mais incautos.
Uma moeda, seja lá qual for, não tem valor como moeda enquanto for tratada quase que exclusivamente como simples commodity. A matéria das duas autoras da Folha ilustra de forma bastante clara a ideologia por trás do usuário comum de criptomoedas: investiu procurando retornos fáceis, quando, na verdade, o mercado é extremamente hostil e oscilante, sendo necessário haver conhecimento profundo sobre o mesmo para se ter melhor noção dos momentos certos de entrada e de saída.
De acordo com as autoras, boa parte dos usuários que tiveram prejuízos preferiram o anonimato, possivelmente com medo de serem taxados como bobos.
Perdas não devem, em hipótese alguma, ser sinônimo de vergonha para o investidor. Trata-se de um aprendizado diário. Perdas são essenciais aos que operam em bolsa, descentralizada ou não. O trader especializado é alguém que consegue projetar seus riscos ao seu favor, obtendo, na maioria dos casos, mais retornos positivos que negativos em seu portfólio.
As oscilações do Bitcoin, anos atrás, eram ainda mais fortes que as de hoje. Com a entrada de grandes investidores e com o uso massivo de bots, por mais que os preços ainda sofram fortes oscilações, é possível prever com boa precisão os movimentos mercadológicos através da análise gráfica.
Tais padrões, iniciados pela teoria de Charles Henry Dow, mudaram para sempre a forma como se enxerga o mercado tradicional. É sabido que diversas ferramentas de análise gráfica, embora desenvolvidas para o mercado tradicional, são extremamente precisas dentro do mercado de tokens descentralizados.
Conforme informado no final de dezembro do ano passado, a Escola do Bitcoin, por meio de ferramentas simples de análise gráfica, foi capaz de prever a última grande pernada de alta do mercado em 2017.
Com a adoção de Fibonacci, após o início da grande correção anual, foi possível detectar os pontos mais prováveis de encerramento do movimento de correção iniciado em dezembro de 2017 com bastante precisão. Os investidores mais arrojados conseguiram quase dobrar seu investimento em aproximadamente um mês.
Em síntese, o que as meninas da Folha disseram é parcialmente verdade: o mercado, aos que pretendem obter lucros com ele, não é para amadores. É necessário se especializar. Mas foram obtusas ao afirmar a atual necessidade de se especializar para mergulhar em operações; ela sempre existiu, desde seu início em meados de 2009. O que de fato aconteceu nos últimos meses: uma grande massa extremamente leiga no assunto, sem visão de longo prazo, facilmente se desesperou e pulou para fora no primeiro sinal vermelho.
O atual cenário do Bitcoin durante a escrita deste artigo: há imenso poder de hashrate disponível e baixo uso de rede. Cerca de 15 mil transações enfileiradas. Com o advento da Lightning Network para o Bitcoin e da Raiden Network para a rede Ethereum, no entanto, as possibilidades de crescimento se tornarão incalculáveis: as duas criptomoedas se tornarão os dinheiros digitais mais rápidos e baratos de transacionar do mundo, esmagando com folga a capacidade de processamento de grandes bandeiras tradicionais, como Mastercard e Visa.
É fundamental citar que, além da alta velocidade e de taxas de transação beirando a zero que se tornarão possíveis com o advento da rede paralela à blockchain, não existe um satoshi sequer que tenha sido falsificado. O Bitcoin possui quase uma década de vida que comprova sua absoluta segurança, ao contrário do Dólar, do Real ou do Euro, moedas maciçamente fraudadas com o objetivo de fomentar os mais variados nichos de mercado negro.
A tendência do mercado, a longo prazo, é encontrar cada vez menos volatilidade e amadurecer. Trata-se de um mercado extremamente embrionário que ameaça tudo o que conhecemos até hoje de forma profunda e disruptiva. Obviamente, e todos nós somos esclarecidos quanto a isso, sempre haverá pesada resistência política contra o ativo digital mais seguro do mundo, uma vez que sua solidez independe unicamente da confiança das pessoas, ao contrário das economias tradicionais cuja regulação é completamente centralizada.
Devido à escassez do Bitcoin, sua principal característica é ser uma moeda deflacionária, ao contrário das principais economias globais, cuja emissão depende única e exclusivamente de decisões de seus bancos centrais.
Com o devido respeito às autoras, o artigo foi deveras fraco, carente de certas tecnicidades que são fundamentais para o devido entendimento do público leigo. Mas, a comunidade entende perfeitamente se vocês não puderem fazê-lo como gostariam ou, pelo menos, como deveriam. Em uma breve pesquisa, é possível verificar que os grandes bancos nacionais, muitas vezes contrários ao investidor de criptomoedas, cancelando arbitrariamente suas contas como se fossem suspeitos de um crime, são grandes investidores publicitários da Folha. Difícil casar quando pai e mãe que vão pagar pela cerimônia não estão de acordo com a união.
Excelente texto amigo... parabéns... as oscilacoes sao normais em mercados ainda nao maduros... especialmente em mercados onde o marketcap ainda é baixo (como no caso das cryptos)... se comparado a commodities, ouro ou acoes... realmente houve um fluxo enorme de pessoas que nao tinham a menor nocao do que é o BTC e devem ter se arrependido posteriormente.
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Boa! Detalhe: se você puxar os gráficos de Ouro, Prata e Bitcoin no longo prazo, verá grande semelhança entre o comportamento de ambos os mercados. Nunca foi para amadores!