Antigo Teatro Trianon
O Cine Teatro Trianon foi inaugurado no dia 25 de maio de 1921. A obra de construção foi iniciada em 08 de agosto de 1919, e na primeira quinzena de outubro de 1920 foi entregue a parte de construção civil para que fosse feita a adaptação e decoração exigidas por um teatro daquela natureza. Toda obra foi custeada pelo Capitão Francisco de Paula Carneiro (ou Capitão Carneirinho, como era conhecido).
O Trianon era formado de 156 frizas, 554 cadeiras na platéia, 290 balcões, 38 camarotes e 610 gerais para comportar 1.800 espectadores. A coxia tinha 25 camarins, sendo que dois muito luxuosos, para os artistas de maior renome. O Trianon contava com um moderno sistema de coxias, onde era feito o movimento do palco. A iluminação geral era movida pela eletricidade, tendo para isto uma instalação própria, construída por um motor Fairbank-Morse de 47 HP e um dínamo de força de 217 amperes.
O Capitão Francisco de Pula Carneiro contratou os arquitetos da Meanda Curty & Companhia, do Rio de Janeiro, para idealizar seu sonho. O Trianon não era só teatro. Era Cine-Teatro. A obra foi considerada arrojada e o Trianon, na época, foi considerado um dos grandes espaços culturais do País, pelo seu tamanho e arquitetura luxuosa.
A inauguração foi marcada para às 18h30 do dia 25 de maio de 1921. E o Capitão Francisco de Paula Carneiro foi conduzido de sua residência à Rua 13 de Maio, esquina com Saldanha Marinho, por enorme massa popular, acompanhada pelas quatro bandas de música da cidade: Lira de Apolo, Lira Conspiradora, Lira Guarani e Sociedade Musical Operários Campistas.
O espetáculo de estréia aconteceu no dia 29, com a apresentação da “A Duqueza de Bal-Tabarin”, da Companhia Esperanza Iris, que era das mais conceituadas no mundo inteiro. A estrela, conhecida como a rainha da Opereta, era mexicana, dotada de grande beleza e virtuosidade. A diretoria artística era formada por 105 figurantes e mais a orquestra de 22 professores, dirigida pelo maestro Santiago Sabino. Alguns dos artistas locais e estrangeiros que pisaram o palco do Trianon: Arthur Rocckert (foi quem introduziu o cinema em Campos), Esperanza Iris, Leopoldo Fróes, Clara Weiss, Aida Arce, Guiomar Novaes, Jayme Costa, Arthur Rubistein, Procópio Ferreira, Bidu Saião, Tito Shipa, Raoul Roulien, Joanídia Sodré, Ernesto de Marco, Marilene Stuart, Mara Bueno, Henriette Morineau, Richard Júnior, Bibi Ferreira, prof. Oriethy Bey, Joracy Camargo, entre outros. No seu salão de espera constavam algumas placas em homenagem a algumas personalidades como: “A Hervé Salgado Rodrigues, pela estréia de ‘Augusta’ – 1960”; “Ao grande Osvaldo Tavares, pela interpretação de ‘Judas no Tribunal’, de Godofredo Tinoco e ‘As Mãos de Eurídice’, de Pedro Bloch – 1960”; “Emilinha Borba, homenagem de seu fã-clube de Campos – 20/04/1960”; “A Bellino Esperanza e filhos, pela reabertura do Trianon – 20/07/1968”.
No dia 27 de junho de 1975 a população campista acordou e não mais encontrou aquele imponente prédio, casa de sonho e fantasia, memória artístico-cultural de cinco décadas, pois sua demolição já havia sido consumada na calada da noite.
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